Com o constante desenvolvimento dos sistemas eletrônicos Automotivos, estão surgindo novas tecnologias de sistema de carga.
O reparador deve estar sempre atento a estes novos sistemas de carga, pois sabemos que é o sistema eletrônico embarcado mais importante nos veículos.
Novos reguladores de tensão estão sendo aplicados, com comunicação constante com o gerenciamento do motor e da carroceria dos veículos. Estes sistemas já estavam aplicados há muitos anos em modelos importados, onde se exige um melhor aproveitamento da energia gerada pelo alternador nas diversas formas de condução e utilização dos acessórios, priorizando sempre a próxima partida do Veículo, ou seja, mantendo a carga da bateria sempre constante.Outra vantagem é ter um controle maior da sensibilidade da regulagem da tensão, evitando sobrecargas ou picos de tensão, que sabemos que são prejudiciais aos sistemas eletrônicos.
Alguns veículos nacionais já estão utilizando novos sistemas de carga, que se diferenciam principalmente no que se refere a diagnósticos e dinâmica de funcionamento do sistema de carga. São os modelos que possuem maior demanda e gerenciamento dos sistemas do motor, das funções da carroceria e dos seus itens de conforto.
Um dos veículos de maior circulação nacional que utiliza este sistema é o Ford Focus.
Muitos reparadores tem encontrado dificuldades de entender o funcionamento do sistema de carga do Ford Focus. Neste artigo, explicaremos o sistema de carga aplicado neste veículo, que é uma tecnologia semelhante a outros modelos em que não é mais aplicado o sistema eletrônico convencional.
Na Ford, este sistema é chamado de “Smart Charge”.
No Smart Charge, a regulagem da corrente é feita pela Unidade de Comando do Motor e Transmissão (PCM) variando constantemente.
Os sistemas convencionais regulam um valor de tensão pré-estabelecido.
Sabemos que as baterias automotivas suportam uma carga mais elevada quando esta fria do que quando esta quente. Com o Sistema Smart Charge podemos fazer a regulagem da tensão de acordo com a temperatura da bateria.
A unidade de comando do motor calcula a temperatura do eletrólito usando o parâmetro do sensor de temperatura do Ar de Admissão.
A unidade de comando do motor monitora simultaneamente a potência do alternador, regula o regime de marcha lenta em função da carga do alternador e também controla a lâmpada indicadora de carga do alternador.
Outra função da unidade de comando do motor é controlar o relé de corte de alimentação. Este relé alimenta os circuitos de conveniência que tem maior demanda de energia. Sendo assim, a unidade libera seu funcionamento somente quando o alternador está gerando energia.
Nos sistemas convencionais o alternador gera um campo magnético que provoca uma resistência adicional no momento da partida, exigindo uma demanda maior de corrente do motor de partida, exigindo ainda mais da bateria.
Neste sistema, o alternador não é acionado durante a partida. O regulador aumenta gradativamente a geração de energia somente depois que o motor entrar em funcionamento em uma rotação mínima.
O funcionamento da lâmpada de controle do alternador tem confundido até os mais experientes reparadores.
Abaixo temos uma explicação para o seu funcionamento:
Estrutura do Sistema Smart Charge:
A Unidade de Comando do Motor faz o auto-diagnóstico do sistema de carga.
Quando ligamos a ignição, a lâmpada do alternador acende e se apaga no momento que o motor já esta em uma rotação mínima.
Se a Unidade de Comando do Motor não obter a resposta de geração de energia dentro dos parâmetros que ela impôs ao alternador, ela indica que temos anomalias de funcionamento do sistema. A lâmpada indicadora de carga do alternador se acende, mas não indicando a variação de geração de energia, mas sim indicando a falha no sistema de carga do veículo.
A Central então, ao determinar a falha, tenta corrigir o sistema, estabelecendo um valor fixo para o regulador de tensão do alternador e mantendo a lâmpada de anomalias acesa a fim de que se verifique o mau funcionamento do sistema, e não a carga do alternador.
Por isso, podemos nos confundir com o funcionamento da lâmpada do alternador. Ao medir a tensão gerada pelo alternador no B+, encontramos um valor satisfatório, porem a lâmpada do alternador continua acesa, indicando a falha.
Aplicando os testes convencionais neste sistema, temos o risco de danificar as linhas de comunicação entre o alternador e a unidade de comando do motor.
A maneira mais segura de se fazer o diagnóstico destes sistemas são com o auxílio do esquema da ligação elétrica e de um equipamento de diagnóstico adequado.
Abaixo temos os significados dos códigos de falhas OBDII gerados pela unidade de comando do motor indicando a falha específica no sistema de carga.
P1105/P1106 – Avaria no alternador
P1107 – Avaria dos circuitos do alternador externos
P1108 – Luz de aviso (de anomalias) do alternador
Artigo escrito por Samuel Meneguini
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